quinta-feira, 8 de maio de 2014

Qual o valor da vida humana?



Quanto vale a vida humana? Muito, pouco, nada, depende... ou seria ela tão valiosa que não haveria nada neste planeta que se compasse ao seu valor?

Houve um tempo em que o fim da vida humana era diversão, pessoas se reuniam para assistir a espetáculos de combate entre gladiadores que lutavam até a morte. Havia também o espetáculo da morte de seres humanos servindo de alimento para leões famintos.

Num passado remoto, num tempo em que havia reis soberanos, cuja vontade era absoluta e suas decisões inquestionáveis, tais monarcas matavam e mandavam matar a qualquer de seus súditos que contrariasse, de modo real ou imaginário, os seus interesses.

Nessa mesma época, nações invadiam outras nações e as conquistavam, infligindo tortura, morte e escravidão a seus habitantes, afinal, a nação conquistada, era inferior àquela que a conquistara e o vencedor tinha todo o direito de dominar sobre os vencidos. Que visão distorcida e degenerada acerca do que é domínio!

Será que hoje as coisas são diferentes, houve mudança, e para melhor, quanto ao aspecto da valorização da vida humana? Afinal de contas, somos uma sociedade civilizada, com alto grau de desenvolvimento científico e tecnológico, com inúmeras organizações que cuidam dos direitos humanos em todas as esferas, tanto a nível nacional como internacional...

Hoje, o fim da vida humana é destaque, é número, é notícia.

Desde o início da guerra naquele país, já morreram .... pessoas; um acidente envolvendo determinado meio de transporte provocou a morte de.... passageiros; um desastre natural também pôs fim a, pelo menos .... vidas humanas; a explosão de uma bomba matou....

As notícias acerca de crimes também são frequentes e notórias, sendo alvo de comentários e compartilhamentos nas redes sociais, como a recente morte do torcedor atingido por um vaso sanitário arremessado do alto de um estádio. Um dos aspectos que mais nos chamou a atenção nesse caso foi o tom dos comentários compartilhados, que iam desde expressões de alegria pela morte da pessoa, passando por desprezo e chacota pela dor dos familiares enlutados, atribuição de parcela de culpa à vitima, provocações e comentários preconceituosos contra as pessoas da região nordeste, até gracejos e piadas envolvendo a situação. Que tipo de consideração para com o ser humano tem os que aderiram a tais práticas? Qual o valor da vida humana?

Tristemente, para muitos, não vale nada. Eliminar uma vida, depois se esconder, ser preso, apresentar motivos e argumentos como justificativa para seu ato, envidar esforços para se livrar, ou minimizar as consequências do mesmo, colocar a culpa em outros, sejam eles indivíduos ou a própria sociedade, e ainda usar as leis para se beneficiar, de alguma forma, é algo tão comum, além, é claro, de ter o direito de fazer uso da mentira e do engano a seu favor.

Especialista das mais diversas áreas, que tentam debater e encontrar soluções e respostas para a questão da violência contra a vida humana. Um dos caminhos apontados é encontrar a raiz do problema que, para muitos está na própria sociedade, a qual forma criminosos e estimula a violência. Sendo assim, a educação, a oferta de condições dignas que satisfaçam às necessidades básicas de todos, sem distinção, além do combate ostensivo à criminalidade seriam as medidas eficazes para solução do problema.

Educação, necessidades básicas supridas, oportunidades de crescimento e desenvolvimento, medidas eficazes de combate ao crime envolvendo a prevenção, investigação, punição e reabilitação de criminosos, resolveriam, de fato, o problema da violência e da desvalorização da vida humana? Ou será que, pelo menos, duas peças estariam faltando nesse quebra-cabeça?