quarta-feira, 25 de julho de 2012

Dia do Escritor

Hoje, 25 de Julho é o Dia do Escritor. Para mim, essa data se configura como algo muito especial, pois neste ano de 2012 dei início, oficialmente, a minha carreira de escritora com o lançamento de “Planeta Terra: O que aconteceu?
Muitos autores comentam que ao terminar de escrever um livro sentem um vazio, saudades do processo de criação da obra e, até mesmo, uma dolorosa sensação de perda. Para mim, contudo, terminar de escrever uma obra significa entrar em uma nova e igualmente deliciosa etapa, a de ver o livro publicado, interagir com leitores, me surpreender com suas diferentes interpretações e, acima de tudo, organizar as ideias para o próximo livro.
Minha homenagem, neste Dia do Escritor, vai para uma notável escritora, que se foi prematuramente, vitima da crueldade humana. Estou falando de Anne Frank, morta em um campo de concentração, na época da segunda guerra mundial. A leitura de “O Diário de Anne Frank” mudou minha vida para melhor.
Em 23 de fevereiro de 1944, nos fundos de um velho edifício, que servia de esconderijo para sua família e outros judeus, cerca de cinco meses antes de serem capturados pelos nazistas, ela escreveu essas tocantes palavras:

“Sentimos falta de tanta coisa aqui! Não falo de coisas exteriores, pois quanto a estas há quem olhe por nós. Falo das interiores. Como você, anseio por liberdade e ar fresco, mas vejo agora que recebemos amplas compensações pelo que nos falta. Compreendi isto, de repente, esta manhã, enquanto estava sentada ali, em frente à janela. Falo de compensação interior. Ao olhar para fora, para a profundeza de Deus e da Natureza, senti-me feliz, realmente feliz... As riquezas podem perder-se, porém esta felicidade que vem do próprio coração pode velar-se, mas nunca deixará de existir enquanto a vida durar”.

 
Anne e sua família viviam em uma casa confortável e tinham uma excelente condição financeira. Ela desfrutava de boas amizades e apreciava muito os estudos. Contudo, a guerra transtornou para sempre a vida daquela família, que se viu obrigada a esconder-se para escapar dos nazistas. Anne contava, então com 13 anos de idade.
A menina adaptou-se à dura realidade do esconderijo com incrível força, coragem e resilência. Além das dificuldades com o racionamento de comida, água, espaço físico, do convívio com pessoas tão diferentes e do contínuo temor de ser capturada pelos nazistas, Anne Frank cultivou sua capacidade de sonhar e de ser uma pessoa agradecida. Ela desenvolveu a habilidade de apreciar as coisas boas que estavam ao seu redor, principalmente a natureza, mesmo que esse contato com o mundo natural ocorresse, apenas, através das frestas de uma janela.

“Fiquei olhando, também, através de da janela, para uma vasta área de Amsterdam, para além dos telhados, para o horizonte de um azul tão pálido que se tornava difícil distinguir a linha divisória. E eu pensei: Enquanto existir isto, enquanto eu estiver viva e puder contemplar este sol e este céu sem nuvens, enquanto isto existir, não poderei ser infeliz”.

Ela também nos prescreve uma receita segura e eficaz:
“O melhor remédio para os que sentem medo, solidão ou infelicidade é ir para um lugar ao ar livre, onde possam estar sozinhos com o céu, a natureza e Deus”.
Eu pergunto: Pode haver melhor companhia?

Ela prossegue, dizendo: “Só então, a gente sente que tudo está como deve estar e que Deus nos quer ver felizes na beleza simples da natureza.”


Referência
FRANK, Anne. O Diário de Anne Frank. 11. ed. Rio de Janeiro: Record, p. 141-142.