sexta-feira, 21 de março de 2014

Simplesmente Água


Líquida, sólida ou em estado de vapor. Sua presença, na medida certa, traz alívio, restauração e bem estar.

Água que lava, que limpa, que purifica. Água deliciosamente refrescante, que suaviza o calor.

Sua ausência, de pronto, é sentida. Faz o sedento almejá-la ardentemente, procurá-la incansavelmente e sorrir ao encontrá-la, vê-la, sentir seu toque nos lábios, na garganta, em seu corpo.

Que a fórmula química da água é H2O, isso todos sabem. Mas muitos não levam em conta a beleza e o valor desse inestimável tesouro da natureza.

Sua essência, aparentemente simples, lhe confere um caráter infinitamente versátil. Contudo, é preciso calma, sensibilidade e uma hábil disposição para conseguir enxergar a beleza e profundidade que há nessa organização de apenas dois átomos de hidrogênio, unidos através de uma ligação química covalente, a um átomo de oxigênio. A posição espacial desses três elementos, o ângulo entre eles e a assimetria molecular resultante desse arranjo são de uma beleza incomparável.

Presente nos corpos dos seres vivos, na cobertura de nuvens, no ar que respiramos, distribuída em áreas da superfície terrestre formando mares, rios, lagos ou precipitando-se da atmosfera para superfície terrestre em forma de gotas de chuva, a água desempenha um papel fundamental para a vida e a estrutura deste planeta.



Água simplesmente, água.

Sua fórmula, sua versatilidade, sua intima relação com os organismos vivos, sua trajetória por dentro e por fora dos corpos desses organismos me enchem de admiração por essa notável substância química, mas, acima de tudo, tornam meus pensamentos voltados para o Criador. Passo, então, a relembrar Suas palavras ao comparar Sua obra de restauração com a atuação dessa maravilhosa substância da natureza: “Aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede, pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna.” João 4:14.

Amanhã, 22 de Março, comemora-se o Dia Mundial da Água, um dia para reflexão.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Impressionante!


Sou a favor do respeito pelas diferenças do outro. Afinal, estamos cercados de pessoas que têm ideias, opiniões, costumes, crenças e valores bem distintos dos nossos. Para se ter  uma boa convivência é preciso respeitar e, até mesmo, aprender com essas diferenças. Mas, e quando a diferença do outro chega ao ponto de colocar em risco nossa própria saúde, o que fazer?

Sentada, numa diminuta sala de espera em uma repartição pública eu aguardava minha vez de ser atendida. Havia outras três pessoas, também aguardando atendimento, um vigilante e duas funcionárias.

Em determinado momento, o vigilante abaixou a cabeça, abriu bem a boca e ¾ sabem o que ele fez? ¾ Deu um espirro colossal, sorrindo, logo em seguida, com um ar de satisfação.

Uma das funcionárias, que já estava de saída, correu em direção à porta dizendo em alta voz: ¾ Quanta bactéria! Vou embora!

O Espirrador, por sua vez, soltou uma longa e escarnecedora gargalhada. Depois, com sua voz de locutor, em um tom sóbrio e comedido, dirigiu-se à outra funcionária dizendo:

¾ Bactéria?! Essa Não! Eu tenho que aguentar cada uma! A pessoa não pode mais exercer seu direito de espirrar sem ter que ficar ouvindo gracinhas...

O primeiro pensamento que veio à mente desta bióloga foi: “Será que meu corpo já tem anticorpos para combater esse tipo de vírus?”

Em seguida surgiram diante de mim, de modo vivo e intenso, cenas tremendamente perturbadoras: o campo de batalha, a comunicação celular, a mobilização das células de defesa, a replicação rápida, e em grandes proporções, do material genético viral, os primeiros sintomas, o desconforto e a inaptidão que uma virose provoca na vida de qualquer mortal e tive vontade de saltar da cadeira e dizer várias coisas para aquele homem. Coisas do tipo: “Por que você fez isso? Nunca aprendeu que ao espirrar deve fazê-lo só pra você, sem compartilhar material biológico com os demais?  Por que deu aquela risada escarnecedora para a funcionária que reprovou sua atitude e ainda tentou fazer-se de vitima? Afinal, por que você age assim?”

Nesse momento, a porta principal da repartição se abriu e duas senhoras vieram juntar-se a nós para aguardar atendimento naquela sala de espera. Elas foram gentilmente recepcionadas pelo Espirrador e, logo em seguida, eu o vi trazer um copo d’água para uma das senhoras e indagar se a outra também desejaria tomar água, o que ela prontamente aceitou.

Fiquei imaginando qual seria a situação das mãos de uma criatura com aquele ponto de vista acerca dos hábitos de higiene.

Não demorou muito e chegou minha vez de ser atendida. O assunto foi resolvido de modo rápido, satisfatório e, em pouco tempo, eu estava caminhando pela rua respirando livremente e sentindo pena dos que trabalham ali naquela repartição.

Depois, com a ajuda do Dr. Google, encontrei a informação de que a velocidade do material expelido durante um espirro pode chegar até 160 km/h. Impressionante!

terça-feira, 4 de março de 2014

Coisas que só o homem faz



Dizem que a espécie humana é superior às outras espécies de seres vivos que habitam o planeta Terra. Dizem que há coisas que só o ser humano é capaz de fazer, que nossa espécie detém certas habilidades exclusivas, que nossa superioridade tem haver com o tipo de cérebro que possuímos distinto do das outras espécies.

O cérebro confere a nós a capacidade de desenvolver e expressar habilidades muito especiais. Por exemplo, a espécie humana é a única que se preocupa em estudar o funcionamento de seu próprio corpo e o de outras espécies. O homem é o único ser a mapear seu próprio genoma e o de outros organismos vivos. Ele é o único a gastar tempo e energia em busca de progresso, lucro, fama, riquezas, diversão, além da busca pela satisfação de suas necessidades vitais (alimento, moradia, laços familiares e sociais).

A não ser os humanos, nunca vi nenhum outro ser vivo, inclusive entre os que possuem um cérebro, dedicar tanto esforço, tempo e dinheiro para viver momentos de ilusão tão passageiros. Nossa espécie é a única que separa, de forma sistemática e regular, períodos de tempo onde empatam energia e recursos em esforços que desgastam a saúde.

Até hoje eu nunca encontrei outra espécie de ser vivo a fazer tanto esforço, gastar seus recursos para parecer ridículo, ao desfilar ostentando trajes e adereços excêntricos e despropositados.

O que será que pensam os animais quando veem seres humanos se rebaixarem tanto, enquanto eles (os animais) mantêm sua postura e sua dignidade em qualquer ocasião?

Mas que besteira ¾ alguns dirão ¾ animais não pensam. Talvez sim, talvez não. Mas, se pensassem, o que diriam ao testemunhar o triste espetáculo que arrasta multidões em busca de uma ilusão, uma pseudoalegria que vem obrigatoriamente acompanhada de inúmeros fatores que destroem a saúde?

A espécie humana é a única capaz de cultuar algo, reunir-se em grupo para participar de atos de adoração.

Todo ritual de adoração coletivo é marcado pela agregação de pessoas reunidas em torno de um objetivo comum, o de prestar culto a alguém ou algo superior a elas mesmas ou ao momento ou situação que estão vivenciando. Em todo verdadeiro ritual de adoração, as pessoas se concentram em torno de seu objeto de culto e, sentem-se tão arrebatadas, que seus problemas parecem muito insignificantes ou são totalmente esquecidos.

Música e ritmo fazem parte de um ritual de adoração e, quanto mais envolvente, melhor. Uma boa dose de substâncias endógenas ou exógenas que alterem a comunicação neural no sistema nervoso central, também é muito frequente nessas ocasiões.

O que mais me chama atenção em alguns rituais de adoração é que muitos estão ali sem saber que são adoradores. Pensam que se reuniram por tradição, porque gostam, porque é bom, é uma questão cultural, foram por curiosidade ou por pura paixão.

O que mais me preocupa nesses rituais de adoração é que o discernimento torna-se embaçado, as pessoas passam a ser dirigidas pelos sentimentos e emoções. Aonde esse caminho irá levá-las é um mistério a ser desvendado.