segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O Verão


Desde o último dia 21 é verão no hemisfério sul. A mudança de estação, se não estou equivocada, ocorreu pouco depois das 14 h (horário de Brasília).

Por aqui, onde estou, ele chegou de mansinho, calmo, cauteloso, céu nublado, temperatura amena, brisa fresca a soprar... Mas não irei, de forma alguma, me iludir. Afinal, já vivi muitos verões e foi, inclusive, nessa estação que vim ao mundo. Sei muito bem o que nos aguarda: temperaturas impiedosamente elevadas (como já está acontecendo na Argentina e outros países vizinhos), luminosidade insuportável sem o uso de óculos escuros, desejo insaciável por sombra, ingestão de bebidas refrescantes, maior contato com água fria para beber, banhar-se, mergulhar, molhar a cabeça, as mãos, os pés...

O verão é uma estação de céu azul, sem nuvens e com um brilho jamais visto em outra época do ano. É uma estação abrasadora, que inquieta, consome, excita o desejo por sombra, descanso, água fresca. Não é minha estação preferida, mas reconheço que precisamos muito do verão, não importa quão impiedoso e abrasador ele seja.

O verão me faz perceber, com maior clareza, que é preciso parar, é preciso descansar, fazer menos para poder produzir mais. O verão me faz dar maior valor à água, às plantas, às frutas suculentas, à sombra, ao anoitecer...

Como você se sente diante da estação do sol? Que tal aproveitar para relaxar um pouco e refrescar-se ao som da magnífica obra de Vivaldi “O Verão”, com a interpretação brilhante de Julia Fischer?
 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Que Mundo é Esse? Mãe é morta na frente dos filhos e tem a pele de seu corpo arrancada


Anastácia era uma mãe dedicada, cuidadosa, sempre atenta às necessidades de seus filhos.

Certo dia, ela estava na frente de casa, com as crianças, quando foi agarrada, violentamente, e afastada dos pequenos.

Anastácia gritou, tentou escapar, mas foi em vão, pois seu agressor era muito mais forte do que ela. Enquanto isso, seus filhinhos corriam de um lado para o outro, completamente desesperados e desorientados.

Aquela mãe morreu, com um corte no pescoço, que fez  o sangue jorrar copiosamente. Depois sua pele foi totalmente arrancada.

Que Mundo é Esse?
 
Abelardo era um jovem que saiu para dar um passeio matinal. Enquanto explorava o ambiente, algo curioso lhe chamou a atenção. De imediato, alguém o puxou violentamente. Ele não compreendia o que estava acontecendo. Nunca vira aquela pessoa antes e não entendia porque ela parecia tão determinada a tirar-lhe a vida. Abelardo teve sua língua perfurada e o agressor ainda o matou por asfixia.

Como você se sente ao ler essas narrativas?

Um misto de revolta e indignação invade sua mente, enquanto você indaga como pode alguém cometer tamanha crueldade?

Sente vontade de clamar para que a justiça seja feita e os agressores, punidos?

Você chega a se perguntar: Que mundo é esse?

Agora deixe-me fazer-lhe mais uma pergunta, talvez a mais importante de todas:

Como você se sentiria se eu lhe dissesse que Anastacia era uma galinha e Abelardo, um peixe?

Seu furor se aplacaria e você diria que, nesse caso, não há nada demais, pois é perfeitamente normal e aceitável matar animais para consumo e banquetear-se com partes de seus cadáveres; é normal não se importar com o sofrimento e a agonia dessas infelizes criaturas, desde que esse sofrimento seja empregado para a satisfação do paladar humano?


Assim como eu imaginei a história de Anastacia e de Abelardo, você também pode imaginar a história de Mundy, o carneiro, Nena, a cabra, Tina, a vaca, Rico, o porco, Toby, o caranguejo que passou um dia inteiro exposto ao calor excessivo, amontoado sobre outros membros de sua espécie e, ao final, quando parecia que o estavam levando para um lugar melhor, foi jogado dentro de uma panela de água fervendo, e... tantos outros!

Imagine, imagine, imagine!


Por favor, não deixe de imaginar, inclusive na hora do almoço, e considere também que uma mudança de hábito SEMPRE é possível.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Cada Dia


Eu havia acabado de fechar o portão e me preparava para sair quando ouvi alguém dizer:
Por favor, pega Flora.

No meio da rua estava uma garotinha vestida com pijama, cabelo por pentear, que me dirigia um olhar suplicante.

Flora, por sua vez, era uma cadelinha poodle, de cor cinza, que havia escapado de casa e estava se divertindo muito ao correr pela rua de um lado para o outro.

Como não se comover diante de um pedido como aquele?

Levada pela emoção, decidi ajudar a garotinha, mas, de pronto, acendeu a luz vermelha da razão. E se Flora, na hora em que eu tentasse pegá-la, cravasse os dentes em meu braço?

 Tem de haver algum adulto por perto, pensei. Onde estão os pais dessa menina?

Nesse momento, as atenções de Flora e da garotinha voltaram-se para um par de graciosos cachorrinhos pinscher que, latindo animadamente, nos observavam da varanda da casa da frente.

  Vovó   disse a garotinha a uma senhora que se aproximava   veja esses cachorrinhos!

A voz da menina transmitia a emoção de quem acabara de descobrir algo encantador. A avó, por outro lado, carregou Flora, deu meia volta e pediu à neta que a acompanhasse. Não deu a mínima importância para os cachorrinhos e nem para mim, que contemplava tudo aquilo com um olhar de quem queria puxar conversa e fazer novas amizades.

Fiquei parada na calçada, observando-as enquanto elas se dirigiam à casa. A menina, toda empolgada, não parava de comentar o ocorrido, transparecendo alegria por haver visto aqueles cachorrinhos. A avó, alheia a tudo aquilo, seguia com o semblante muito sério e carregado.

Como o mundo de alguns adultos é fechado, pensei. Fechado para aproveitar as pequenas alegrias que tornam o dia grandioso, fechado para se deleitar com as coisas simples, e ao mesmo tempo tão preciosas, fechado para fazer dos pequenos acontecimentos uma fonte contínua de satisfação.

Ah! Se eu pudesse entregar-lhes a chave, ajuda-los a perceber... não deixar escapar cada momento, cada dia...
 
Cada dia que houver pra mim, cada ave a voar,
É motivo pra eu sorrir, é razão pra cantar.
Eu não canso de olhar o horizonte sem fim,
A grandeza do mar, ou a paz de um jardim.
Sinto a chuva cair, sinto a brisa do ar,
Vejo a Terra sorrir, vejo a vida chegar.
Cada dia ao nascer traz no sol o seu calor,
Cada raio a brilhar é um poema de amor
Eu não canso de ouvir tantos sons pelo ar,
As canções dos pardais ou a fonte a jorrar
Cada dia que houver pra mim, cada ave a voar,
É motivo pra eu sorrir, é razão pra cantar.

Essas belas palavras, de autoria de Valdecir Lima, adornadas pela melodia de Flavio Santos, fazem parte de uma canção que foi escolhida por mim como a música tema de minha vida diária: CADA DIA.

Cante você também e experimente essa maravilha em seu dia a dia.
http://youtu.be/sdIFYNPPTyc
 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A Polêmica dos Azeites e Você


O azeite de oliva sempre me proporcionou um incrível prazer olfato-gustativo. Mais prazeroso, ainda, é saber que, além de ser uma preciosidade gastronômica, este apresenta, também, inúmeros benefícios à saúde, com destaque para seu efeito antioxidante.

Às vezes fico a pensar de onde vem minha paixão pelo azeite e concluo que, talvez, seja de minhas raízes ancestrais.

Do lado materno, tenho parentesco direto com a cidade de Beira Alta, em Portugal, grande produtora de azeites.  Do lado paterno, por sua vez, ganhei o sobrenome Oliveira, a mãe das azeitonas e avó dos azeites extravirgens, cujo nome científico é Olea europaea.

Nos últimos dias tenho lido reportagens acerca de testes de qualidade feitos em azeites disponíveis para comercialização no Brasil. Os resultados reprovaram marcas famosas, sentenciaram à condição de virgem, azeites anunciados como extravirgens pelos fabricantes, além de indicarem que algumas marcas não podem nem ser consideradas azeite, e sim, uma mistura de óleos vegetais.

Várias marcas reprovadas não se pronunciaram, algumas questionaram os testes, afirmando que estes não utilizaram uma metodologia científica, enquanto outras disseram terem sido aprovadas por órgãos internacionais especializados no assunto.

Diante desse quadro polêmico, com um pouco de imaginação e bom humor, tratei de estabelecer algumas atitudes que eu, e os demais consumidores/fãs de azeite de oliva, podemos adotar.

A lista não é fechada e está aberta a sugestões!

1) não dar a menor importância para o assunto;
2) fazer um curso de metodologia científica aplicada a azeites de oliva para saber se os testes realizados foram, de fato, científicos, ou, ainda, montar um laboratório em casa e fazer os próprios testes;
3)vistoriar todas as condições de embarque, transporte e envase dos azeites, visto que a temperatura e a luminosidade podem alterar suas propriedades;
4)utilizar as marcas de azeites consideradas aprovadas pelos testes.

Essa é a vida! Pisamos o tempo todo em solo duvidoso. Tudo pode ser questionado e todos têm suas explicações.

A última pergunta, nesse caso, é: em quem vamos escolher acreditar e como fazer essa escolha?

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Um Estranho em Casa (Parte 2)


Fernando invadiu a residência da família Lins, que dormia, tranquilamente, no andar de cima, sem suspeitar que havia um estranho em casa.
Ao sair dali, Fernando levou o que bem quis e, ainda, provocou alguns estragos, entrando, também, em luta corporal com o Sr. Lins, que terminou estendido ao chão com muitos ferimentos pelo corpo.
Apesar do triste relato, afirmei, na primeira parte dessa narrativa, que Fernando não é um criminoso e que, naquela situação, era ele quem estava em desvantagem.
Compare esses dados:
Sr. Lins
Idade: 80 anos; Altura: 137 cm; Massa corporal: 83 kg;
Espécie: Homo sapiens

Fernando
Idade: 3 anos; Altura: 28 cm; Massa corporal: 5 kg;
Espécie: Felis catus
Fernando é um gato e, por isso, não pode ser acusado de nenhum crime.
As pessoas precisam entender que as normas de conduta, leis e estatutos que são válidos para humanos não são, por sua vez, aplicáveis aos animais.
Para um humano, é errado pular o muro da casa de alguém, urinar e defecar em seu jardim e retirar coisas da residência alheia, para um gato, não.
Precisamos reconhecer que o planeta Terra é, tanto nosso, quanto dos animais que nos cercam ou que venham a cruzar nosso caminho. Sendo assim, eles têm o direito de desfrutar, tanto quanto nós, daquele espaço territorial que consideramos como nosso.
Isso significa que aquela área que compramos, construímos, herdamos ou alugamos de alguém, não é apenas nossa, pertence também aos animais, e temos a obrigação de procurar resolver os conflitos interespécies de maneira sábia e equilibrada (tenho presenciado alguns humanos perderem, completamente, o equilíbrio ao se deparar com animais ou os efeitos da presença animal em “seu território”).
Ao resolver tais conflitos, devemos procurar o bem-estar de todas as partes envolvidas, e não, simplesmente, buscar a solução para  “nosso problema” (como aquelas pessoas que colocam filhotes em caixas no meio da rua ou atiram-nos dentro da residência de outros humanos).
Não somos donos de nada aqui no planeta Terra, apenas gestores.
Nossa gestão deve visar, não apenas, a defesa de nossos próprios interesses, e sim, o daqueles que estão ao nosso redor, incluindo os animais. Isso também é Sustentabilidade.
Voltando à família Lins, deixamos o Sr. Lins caído ao chão, sangrando, com o corpo cheio de mordidas e arranhões.
Pablo, o filho mais novo, e o mais impulsivo, repetia sem parar:
¾  Eu mato esse desgraçado! Deixa ele aparecer de novo e vai ter um belo pedaço de carne envenenada esperando por ele.
¾  Não, filho. Não precisa disso!  ¾  ponderou o Sr. Lins.
¾  Mas veja o que ele fez com o senhor, pai, agora terá de tomar vacina, e sabe-se lá se ele não estava contaminado pela raiva?
¾  Eu não devia ter tentado pegá-lo. Ele ficou muito nervoso, e, foi por isso, que me arranhou.
¾ Não! Se voltar aqui, ele morre. Eu já disse.
¾ Tenho uma ideia melhor,  ¾ falou Anthony. Vou trazer um cachorro pitbull e ele vai dar uma lição em todo gato que aparecer por aqui. É melhor do que comprar veneno e estragar um pedaço de carne, todo dia, esperando que algum gato apareça.
¾ Parem já com isso, vocês dois ¾ disse Marcela. Eu já sei o que podemos fazer e será melhor para todos.
¾  O que é?
¾  Fernando é um gato, certo?
¾  Sim, e daí?
¾  É melhor resolver as coisas de igual para igual.
¾  Como assim?
¾  Vamos todos nos transformar em gatos?
¾  Miau!
¾  Daqui a duas semanas haverá feira de adoção. Vamos até lá, adotamos um gato macho, forte e, assim, resolvemos o problema. Gatos são muito territoriais e, se castrados depois de adultos, continuam defendendo seu território de intrusos.
¾  Mas isso não daria certo. Esse nosso gato também sairia de casa, invadiria a residência de outras pessoas, causando problemas para elas.
¾  Podíamos telar as janelas e manter as portas fechadas, assim ele não escaparia ¾  opinou, pela primeira vez, a Sra. Lins.
¾  Gostei da ideia, querida, ¾ disse o Sr. Lins. E, mesmo assim, se outro gato entrar aqui, o negócio é não se meter com ele, deixar que saia livremente.
¾ Mas, se nosso gato ficar preso, dentro de casa, como poderá afugentar outros gatos que aparecerem por aqui? ¾  questionou Anthony.
E o debate seguiu em frente. A família Lins trocava ideias, ponderava, apresentava propostas e sugestões, buscando, juntos, a solução para aquele problema.
Fernando, por sua vez, acabara de entrar em mais uma residência, a da Sra. Edith, voluntária da secretaria de defesa dos direitos dos animais de sua cidade.
A Sra. Edith acolheu o animal, dando-lhe um lar temporário e preparando-o para a próxima feira de adoção.
Pois não é que, na feira, Fernando acabou por encontrar, de novo, a família Lins?
 
 
 

Fernando é essa criatura linda da foto. Tenho o privilégio de ser sua vizinha.
Quanto à narrativa e aos outros personagens, são todos fictícios.
 
 

 

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Um Estranho em Casa (Parte 1)



Fernando caminhava pela calçada de uma tranquila e arborizada rua residencial.
Andava desconfiado, pois havia “aprontado” de novo e quase tinha sido apanhado em flagrante. Contudo, ao passar pela frente da casa da família Lins, sentiu um incontrolável desejo de entrar ali.
Olhando ao redor, percebeu que a rua estava deserta e o silêncio imperava naquela residência.
Ao pular o muro teve a certeza de que não havia ninguém em casa.
“Que bom”, pensou consigo mesmo. “Aproveita, Fernando, que hoje é teu dia de sorte!”
Estudou, cuidadosamente, o ambiente e decidiu seguir em direção à porta dos fundos.
Em pouco tempo, Fernando já se encontrava no interior da residência da família Lins, mas o que ele não imaginava era que, naquele dia, todos estavam em casa, inclusive Anthony, o filho mais velho do Sr. Lins, que era um policial.
Fernando estava no térreo, procurando algo de valor que pudesse levar consigo. Vasculhava calmamente cada cômodo, até que, sua razão entrou em cena, e ele ponderou que era melhor se apressar, para não correr o risco de ser apanhado em flagrante.
Foi, então, que encontrou algo imensamente desejável, que faria os olhos de qualquer um saltar das órbitas.
Sem pensar duas vezes, Fernando agarrou o tão cobiçado objeto e concluiu que era melhor se retirar. Contudo, na pressa por sair, acabou derrubando um jarro de flores, o qual veio ao chão, espatifando-se em mil pedaços, espalhando areia num raio de mais de 5 m e, é óbvio, despertando a família Lins, que dormia no andar de cima.
¾  Quem está aí?  ¾  bradou o Sr. Lins que, apesar de estar na casa dos 80 anos, ainda continuava forte e bem disposto.
O ancião desceu tão rápido quanto pôde e, ao chegar embaixo, encontrou Fernando que, desorientado com o incidente, não conseguia encontrar a porta de saída.
Não deu outra. Os dois entraram em luta corporal e o Sr. Lins levou a pior, enquanto Fernando conseguiu escapar, levando o que bem quis daquela residência.
Ao ouvir os gritos do Sr. Lins, Pablo, Anthony e Marcela, os filhos, desceram correndo as escadas e encontraram o pai estendido ao chão, com muitos ferimentos pelo corpo.
¾  Ah, seu desgraçado! Eu vou te matar!  ¾ berrou Pablo.
¾  Fique calmo, dizia seu irmão Anthony, o policial. ¾ Pode deixar que eu cuido desse negócio.
Enquanto isso, Marcela correu e foi buscar uma caixa de primeiros socorros para aliviar o sofrimento do pai.
Quanto a Fernando, não apenas conseguiu escapar ileso, como também já se encontrava a cerca de duas quadras adiante, prestes a pular o muro de outra residência.
Antes que você salte da cadeira bradando por justiça e fique revoltado com as maldades que acontecem todo o dia, nesse país, e ninguém dá um jeito em criminosos como esse tal de Fernando, deixe-me acalmá-lo dizendo que o protagonista de nossa história não é nenhum criminoso.
Agora, certamente, você vai pensar que eu fiquei maluca por dar razão a alguém que invade a propriedade alheia, pratica roubo e lesão corporal, com o agravante de ter sido contra um idoso.
Fique calmo (a), pois eu nem perdi o juízo e nem passei a apoiar o crime de forma consciente. Apesar de tudo, insisto em dizer que Fernando não é um criminoso e, naquela situação, era ele quem estava em desvantagem.
Quer conferir? Então leia a segunda parte da história em nossa próxima postagem.




 
 

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Reflexões sobre o Dia das Crianças


Estamos comemorando a Semana das Crianças.

Por toda parte somos bombardeados pelos apelos comerciais que apresentam 1001 sugestões de presentes para os pequenos.

Tenho observado, cuidadosamente, os encartes dos jornais alusivos a essa data. Alguns deles, verdadeiras revistas de propagandas, trazem produtos que são a febre do momento, e não apenas para crianças. Celulares, tablets e notebooks estão no topo das listas de propagandas, seguidos de jogos eletrônicos, bonecas, bonecos, carrinhos, pistolas, patins, patinetes, skates, bolas, casinhas e seus utensílios, kits de beleza...  Ufa! A lista é grande!

Uma das revistas de propagandas que mais me chamou atenção possuía 51 páginas, cada uma delas, com cerca de 20 itens. A capa também trazia lá suas propagandas, enquanto a contracapa apresentava algo que me pareceu ser a novidade máxima do momento: cartões-presente para as crianças comprarem o que quisessem naquela loja. “Dê crédito para o seu filho comprar o que quiser”, eram os dizeres ao lado do tal cartão. Havia também o cartão-presente com crédito para a criança utilizar em jogos em determinada rede social. Posso estar desatualizada, mas eu nunca tinha ouvido falar nisso antes.

Ao ver todos esses encartes, comecei a pensar em duas coisas: a primeira, é que fiquei grandemente frustrada por não encontrar nenhuma sugestão de livro como presente para as crianças.

Alguns, talvez, vão dizer; Ah, então você advoga em causa própria, pois estará lançando um livro infantil no próximo dia 12...

É... pode ser. Não tenho como negar que gostaria muito de ver a propaganda de meus livros em todos os encartes comerciais, em todos os jornais, nas revistas, no rádio e na TV. E qual escritor não iria querer isso?

Mas a pergunta que não quer calar, que me incomoda e me preocupa é a seguinte: Os pais estão incentivando seus filhos a cultivar o hábito da leitura? As crianças de hoje desconhecem o prazer de devorar livros, prazer esse que experimentei em minha infância, incentivada por minha família, e que me acompanha até hoje?

Estamos na Semana das Crianças e isso me faz lembrar as palavras do Dr. Augusto Cury, em seu livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes: “...uma criança de sete anos na atualidade tem mais informações na memória, do que um ser humano de setenta, há um ou dois séculos.” p. 61.

Quando li essas palavras, tive a curiosidade de olhar o ano em que o livro foi publicado: 2003, muito antes da febre dos dispositivos móveis. E agora, como será que anda o patamar de informações na mente infantil?

Que bom! ¾ Muitos podem pensar. Nosso cérebro hoje está mais evoluído, somos mais capazes que os humanos que viveram há alguns séculos.

Contudo, eu pergunto: será que nosso cérebro está mais desenvolvido que o daqueles que viveram antes de nós, ou está mais sobrecarregado?

Será que um cérebro sobrecarregado tem a mesma desenvoltura que um cérebro “light” para criar, planejar, solucionar conflitos, gerenciar pensamentos, administrar o tempo, tomar decisões e desfrutar de cada momento do dia, com sua rotina e suas surpresas?

Quando se fala em infância, não posso deixar de lembrar o célebre poema, Meus Oito Anos, de Casimiro de Abreu:

“Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!”


Enquanto leio esse poema, tenho o prazer de me deleitar, imaginando os cenários descritos pelo poeta, mesclados com cenas de minha própria infância.

“Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!”

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;

“O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor”

Outros versos seguem-se a estes, nos quais podemos perceber a habilidade das crianças de apreciar e se deleitar com as coisas simples e belas da natureza. Então, de modo triste e nostálgico, o poeta compara os tempos infantis com sua situação atual, dizendo:

“Que doce a vida não era
Em vez das mágoas de agora”.

Quando leio essas palavras, sou levada a pensar que muitas pessoas ainda não descobriram que a vida de adulto pode ser igualmente leve e feliz, como a de uma criança, e que esse segredo está acessível a TODOS.

O primeiro passo consiste em restaurar o hábito de observar e dar valor às coisas da natureza que estão bem aí, diante de nossos olhos, mas que não temos tido a capacidade de apreciá-las.

E então, o que está esperando? Comece a olhar ao seu redor!!!

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Primavera

Estamos na Primavera! Quantos renomados poetas, escritores, artistas plásticos, músicos intérpretes e compositores têm procurado transmitir a profundidade da essência da beleza dessa estação!
Até mesmo essa escritora iniciante procurou exprimir, em palavras, o significado da “estação das flores”. Mas isso vocês só vão poder conferir em 2014, quando for lançado o segundo volume da série Planeta Terra. Contudo, vou adiantar alguns detalhes para vocês matarem a curiosidade.

Nesse livro, Derek Wilson, um dos personagens de destaque no primeiro volume, fará uma longa viagem pelo planeta e chegará ao país de Tucson, notável por seu relevo de vales e montanhas. Ali, Derek visitará a pequena e acolhedora cidade de Mantene, justamente no dia em que os moradores estarão comemorando o início da Primavera.

O dono da pousada onde Derek ficará hospedado, preparará uma programação especial e um jantar de boas-vindas para os visitantes. Durante a programação, um grupo de garotas, com idades entre 10 e 14 anos, distribuirá flores e cantará uma música sobre o tema da Primavera. A letra dessa canção exprime, em palavras, a modesta visão dessa escritora iniciante, mas, ao mesmo tempo, uma experiente amante da natureza.

Quando se fala em Primavera não tem como não lembrar de Antonio Vivaldi, o compositor que soube, como ninguém, comunicar a essência da beleza e dos encantos da estação das flores.
A obra “As 4 Estações” de Vivaldi é uma preciosidade musical incomparável.

Sintam toda a diversidade de sons, cores, formas e aromas que a “Primavera” de Vivaldi faz surgir em nosso pensamento, provocando o desejo de correr e estar em meio à natureza, a fim de desfrutar dessa riqueza ao vivo.
Assistir ao concerto da Primavera de Vivaldi, com interpretação de Julia Fischer,  gravado no “National Botanical Gardens of Wales” é, não apenas, um deleite, como também, um privilégio.

Segue o link:
http://www.youtube.com/watch?v=hRRDCDFQj3s

 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Porto de Galinhas e a Flipo


 
Durante os dias 12 a 15 de setembro tive a oportunidade de participar da Flipo, Feira Literária Internacional do Ipojuca, que aconteceu na praia de Porto de Galinhas, Ipojuca, PE. O evento contou com diversas atividades como palestras, debates, contação de histórias infantis, exposição de livros, cordéis e obras de artistas plásticos.
Depois da praia, meu lugar preferido foi a Praça do Livro, espaço dedicado à exposição de obras, onde pude estabelecer contato com pessoas de diferentes lugares, apresentar o “Planeta Terra”, fazer novos amigos e conhecer um pouco o trabalho deles, como o cordelista Altair Leal, o artista plástico Jader Cysneiros, a escritora Si Cabral. O Lula e a Marta, responsáveis pelo estande, eram uma simpatia.

No último dia do evento, arrumei um tempinho para aproveitar, um pouco, a praia. Comecei a caminhar pela areia e logo recebi o abraço do sol. Tratei de ir molhando os pés na água do mar e parei para abraçar o ar.
Os recifes estavam descobertos e já havia uma boa movimentação de pessoas e jangadas rumo às piscinas naturais.

Caminhar com água fresca, um palmo acima do tornozelo, cercada de pequenos peixes que nadavam com toda desenvoltura, me proporcionou um incrível prazer sensorial. Aliás, aquele ambiente proporcionava maravilhosas percepções visuais, auditivas, olfativas e táteis.
Foi lindo ver famílias se deleitarem na água ou observarem as surpresas por entre os recifes. Eu estava apreciando cada momento e tratei de registrá-los em fotografias. Mas, nem tudo era beleza e harmonia.

Vi três garotos molestando caranguejos que tentavam se esconder entre as brechas das rochas. Um pouco mais adiante, outros membros de nossa espécie, dessa vez, adultos, tentavam tirar a vida de peixes fazendo uso da pesca com anzol. Alguns deles entravam no mar com seus anzóis, enquanto outros, sentados, aguardavam que um pobre peixe mordesse a isca do anzol que estava fixo na areia.
Sinceramente, naquela hora eu tive vontade de ser a “Mulher Maravilha” para poder entortar aqueles anzóis e lançá-los bem longe, direto no ferro velho mais próximo. Seria um alívio para os peixes e um grande aborrecimento para os donos dos anzóis, que, sem sombra de dúvida, me considerariam uma “fora da lei”.

Mas o pior ainda estava por vir. Olhando o relógio, vi que era hora de retornar e, enquanto caminhava de volta, pude observar uma garotinha que se divertia em uma piscininha cavada na areia molhada. A piscina continha bastante água, mas a menina ainda insistia em cavar um pouco mais ao redor, com sua pazinha. Foi então que vi, dentro da piscina, um pobre  peixe, que se revirava de um lado para o outro.
Na mesma hora chegou o pai da garota. Vinha sorridente, trazendo outro peixe que acabara de retirar do anzol. Logo entendi: o pai colocara os peixes ali para completar a diversão da garota, como se peixe fosse brinquedo. As pessoas inventam cada uma!

Porto de Galinhas. Esse lugar é uma maravilha!
Fiquei feliz em ver que a praia estava bastante limpa e o ambiente muito agradável. Um clima de romantismo pairava no ar, e o Sr. Velázquez não saia dos meus pensamentos. Ali, ao conversar com ele, por telefone, chegamos à conclusão de que precisamos visitar mais vezes aquele lugar.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A Lição da Lagartixa


Da janela de meu quarto eu olho para o mundo exterior e vejo tanta coisa: casas e mais casas empilhadas lado a lado; cabos condutores que, suspensos no ar, descrevem trajetórias diferenciadas; antenas; postes de luz; automóveis...

 Quando olho pela janela eu contemplo um teto alto, imenso que, por vezes, exibe um tom azul brilhante, ora multicolorido e, em outras ocasiões, cinzento ou totalmente negro.

 Eu vejo as criaturas que possuem a habilidade do voo, transitarem, livres, de uma árvore para outra. Ah! E por falar nisso, também posso ver palmeiras, coqueiros, mangueiras e outras árvores frutíferas que, com seu verdor, tornam o ambiente urbano muito mais agradável.

 Olhando para o telhado de meu vizinho eu vejo lagartixas. Há algo de singular nesses animais, que me prende a atenção, e me fascina!

 O desenho de seu corpo, o arranjo e o design de seus órgãos internos, seu modo de olhar e de se locomover, seu porte elegante... Sua habilidade de se sobrepor à ação do campo gravitacional da Terra é algo surpreendente!

 Nunca perguntei a uma delas, mas penso que vida de lagartixa não deve ser nada fácil! Para algumas espécies, elas são um verdadeiro terror, enquanto que, para outras, uma presa a ser capturada com unhas e dentes.

 E quanto aos humanos? Bem, pelo que tenho observado, a relação entre eles e as lagartixas não tem sido das melhores.

 Para alguns humanos, esses animais suscitam emoções e sentimentos intensos e incômodos, como medo, asco, pavor, o que os leva a gritar, fugir ou procurar destruí-los. Outros humanos, infelizmente, também procuram matar, capturar e incomodar as lagartixas porque sentem prazer em atentar contra o bem estar da vida animal.

 
Quando olho para a lagartixa, eu vejo que ela está sempre de cabeça erguida. Não importa o que aconteça se perseguida, odiada, temida ou, simplesmente, desvalorizada e ignorada, ela sempre mantém sua cabeça de pé.

 
Mesmo sendo um reptil, pode atingir grandes alturas e lugares importantes, como diz o livro de Provérbios: “No mundo há quatro animais que são pequenos, mas muito espertos: ... as lagartixas, que qualquer um pode pegar com a mão, mas podem ser encontradas até nos palácios.” Prov. 30:24, 28.

E assim, pouco a pouco, rastejando, sem pressa, a lagartixa chega ao topo da mais alta torre ou do mais alto edifício construído pelo homem. Nesse momento, alguém olha para ela e diz:

 Como você chegou até aqui? Pegou carona no elevador?

– Não! – responde a lagartixa.

– Então alguém lhe trouxe?

– Também não. Eu vim com minhas próprias patas.

– Você veio rastejando?

– Mas é claro! É assim que me locomovo.

– Muito bem. Subiu, chegou às alturas, mas... olhe só para você... Veio rastejando.

– É isso mesmo lagartixa! Você nunca poderá chegar às alturas voando, magnificamente, como as aves.

– E jamais conseguirá saltar, triunfalmente, como o gafanhoto.

– VOCÊ É UM REPTIL. Mesmo que suba às alturas, sempre estará rastejando.

A lagartixa ouviu tudo aquilo, mas não entrou em controvérsia com seus oponentes. Parou um pouco, respirou fundo e seguiu adiante, sem abaixar a cabeça. Ia rastejando. Seu corpo, em contato direto com a superfície. E sua cabeça? Ora, por que pergunta, se já sabe a resposta?

 

 

 

 

 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Um Dia de Todos Nós


Apressados, ansiosos, distraídos, alguns parecem querer desafiar o perigo, enquanto outros são atentos, vão devagar ou, até mesmo, chegam a transparecer cansaço.
Sempre tive a curiosidade de saber como se comporta a pressão arterial deles enquanto atravessam, ou se preparam para atravessar, as ruas e avenidas das grandes cidades que exibem um trânsito caótico.
Eles vão, mas não sabem se voltam, pois a rua apresenta vários perigos e muitos inimigos. Felizmente, eles têm grandes aliados: aqueles que cuidam das calçadas, faixas e semáforos, praticam direção defensiva e, ao estacionar seus veículos, pensam, não apenas, em si.
Hoje é o Dia Mundial do Pedestre, um dia de todos nós.
Li em um jornal que o pedestre não tem quase nada a comemorar aqui em nossa cidade. A declaração veio acompanhada de fotos, textos e depoimentos. Triste realidade!
Eu prefiro pensar que hoje é um dia para refletir sobre nossas atitudes como pedestres, condutores e cidadãos. E você, o que pensa?

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Volta às Aulas


Após um período de recesso, estamos de volta às aulas.


Alguns estão iniciando sua carreira universitária, outros, perto de sua conclusão. Alguns ainda estão sonhando com o ingresso em uma universidade nos próximos meses, para outros, essa realidade se apresenta, ainda, muito distante.
Seja como for, todo início de semestre vem acompanhado de grande expectativa, sonhos e do desejo de ser bem sucedido nos estudos.
Mesmo para aqueles alunos veteranos, cada novo semestre representa novos desafios, maior velocidade com a qual são apresentados os conteúdos e maior quantidade de atividades a serem desenvolvidas em cada componente curricular.
Preste atenção em algumas atitudes que podem fazer toda a diferença com relação ao sucesso estudantil, atitudes que você deve adotar dentro e fora da sala de aula:
01)Cuidado com o uso do tempo.
Faça um plano de atividades diário ou semanal. Organize seu tempo e, ao fazê-lo, não deixe de fora, ou em segundo, plano aquilo que é essencial. Elimine gastos de tempo desnecessários. Exemplo: tempo gasto em redes sociais que não lhe proporcionam nenhum retorno para seu rendimento estudantil. Busque maneiras de desempenhar suas atividades de modo mais rápido e, ao mesmo tempo, com mais qualidade.
02)Seja um aluno ativo.
O aluno ativo participa da aula; compara suas anotações com o conteúdo dos livros; procura raciocinar para responder às questões propostas, não se limitando apenas a copiar as respostas do livro, dos colegas ou do professor; ao estudar, ele procura fazer uma leitura ativa, interpretando cada trecho lido e relacionando-o com os temas apresentados em sala. E o mais importante: O aluno ativo não decora cegamente os conceitos. Ele busca compreendê-los, explicá-los e aplicá-los a situações do dia a dia e da profissão que ele escolheu.
03)Não se desanime diante de seus erros.
Encare-os como oportunidades únicas de aprendizado;
04)Ao final de cada período de estudo, faça uma autoavaliação.
Procure responder às questões propostas pelo professor ou as que se encontram nos livros, mas responda-as sem fazer consulta a nenhum tipo de material. Em seguida faça a correção, consultando o livro ou seu caderno de anotações da aula.
05)Mantenha sempre aberto o canal de comunicação com o professor.
06)Adote um estilo de vida saudável.
07)Não estude por horas seguidas e nem até sentir-se enfadado.
Disponha de períodos de intervalo enquanto estuda. Durante esses intervalos procure fazer exercícios  de alongamento e de respiração, o que contribuirá para aliviar as tensões musculares e mentais.
08)Mantenha-se sempre na linha de frente no combate ao pessimismo e pensamentos de desânimo. Como?
Adote sempre uma atitude positiva diante das dificuldades encontradas no caminho do aprendizado. Não cultive pensamentos negativos do tipo: “Essa matéria é muito difícil; Eu não vou conseguir ser aprovado; Esse professor é carrasco”, etc. Torne as supostas impossibilidades um estímulo a mais para fazê-lo correr em busca do sucesso.´
09)Mantenha o foco!
Enquanto assiste às aulas, e durante seus momentos pessoais de estudo, mantenha-se focado no assunto. Elimine tudo aquilo que serve de distração, como, por exemplo, ficar conectado à internet.
10) Apesar de envolver dificuldades, algumas frustrações e, até mesmo sacrifícios, o caminho do aprendizado é altamente compensador. Descubra e renove a cada dia o prazer de aprender.
Que você tenha um bom e proveitoso semestre de estudos. Ah! Não esqueça de comemorar cada conquista, por menor e mais simples que ela possa parecer. Não deixe passar em branco cada conceito compreendido, cada dificuldade superada. Comemore! Comemore! Comemore! Não deixe para comemorar apenas no final.