quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O Testemunho de Um Extraterrestre

Não sou  cidadão do Planeta Terra. Entrei em sua órbita casualmente, quando minha espaçonave apresentou problemas em seu sistema de refrigeração e tive de fazer um pouso de emergência na superfície terrestre.

O lugar onde pousei era uma bela e vasta campina verde parte de uma propriedade sob a administração de um terráqueo humano chamado Geraldo. Ele e sua esposa, Francisca, foram muito atenciosos para comigo, me receberam muito bem e trataram logo de providenciar todo o necessário para que minha estadia na Terra fosse a mais confortável possível e que eu resolvesse logo meu problema e pudesse continuar viagem.

Levou alguns dias até que conseguíssemos consertar a aeronave. Eu dependia exclusivamente das ferramentas e recursos dos terráqueos humanos para fazer os reparos, pois meus equipamentos e sistema de comunicação intergalático foram todos desestabilizados ao entrarem em contato com o campo magnético terrestre, por isso não era possível comunicar-me com minha torre de controle em meu planeta e pedir que eles operassem algo para conserto da aeronave.

Se, por um lado eu estava ansioso para seguir viagem e ficava impaciente com a vagarosidade dos humanos em fazer um reparo que não levaria menos de uns segundos em meu planeta, por outro, tive a oportunidade de conhecer melhor a vida na Terra e aprender muito com os costumes de seus habitantes, principalmente os humanos.

O Planeta Terra possui regiões de rara e sublime beleza natural, com uma enorme diversidade de seres vivos, recursos orgânicos e minerais. Contudo, notei algo diferente no que diz respeito às relações entre os organismos vivos.  Parasitas e predadores são exclusivos desse lugar. Nunca os vi em meu planeta ou em nenhum outro por onde andei. Tudo me leva a crer que aconteceu algo muito estranho no Planeta Terra.

Vi também árvores e mais árvores sendo derrubadas para dar lugar a edificações gigantescas. Nessas derrubadas vi muitos animais perderem a vida, muitos ninhos de pássaros serem destruídos e muitos outros seres vivos obrigados a mudar de residência, ou seja, encontrar outras árvores, outros solos para viver. Fiquei surpreso que ninguém dissesse nada, todos encaravam isso com muita naturalidade, inclusive o Sr. Geraldo e sua esposa Francisca.

Se é tão necessário, assim, derrubar árvores para construir prédios, por que, então, os responsáveis pela obra não fazem primeiro um plano de deslocamento para os moradores do terreno, como as aves, saguis, macacos, insetos, répteis, etc., para que essa intervenção humana seja a menos traumática possível para eles? questionei. Afinal de contas, os animais estavam morando naquele terreno antes daquelas pessoas que se dizem proprietárias, por que não pensaram neles?

Minhas ponderações a respeito desse assunto provocaram várias gargalhadas no Sr. Geraldo e nos outros que nos acompanhavam e eu fiquei muito mais confuso, entendendo menos ainda esses terráqueos humanos.

Outra coisa muito estranha que só encontrei aqui na Terra é uma invenção humana chamada Lixo. Os terráqueos humanos têm depósitos por toda parte para o tal do Lixo e até caminhões para transportá-lo. Perguntei do que se tratava e o Sr. Geraldo me explicou que Lixo é algo imprestável, que não serve mais para nada e, portanto, deve ser jogado fora, ou seja, as pessoas se livram dele.

Mas por que vocês fabricam coisas que com o passar do tempo ficam imprestáveis? indaguei.  O Sr. Geraldo sorriu, tentou explicar os motivos, mas eu continuei sem entender a necessidade de se produzir algo que depois se torna imprestável. Em meu planeta, e nos outros que eu conheço, tudo que fabricamos e utilizamos é reaproveitado, nada se estraga, é desperdiçado e muito menos fica estocado em depósitos, contaminando o meio ambiente.

Devo relatar, porém, que uma de minhas maiores surpresas aconteceu na hora da refeição em casa do Sr. Geraldo. Sua esposa era uma boa cozinheira, cuja fama corria por toda a região e eu estava ansioso para experimentar o alimento preparado por ela.
A Sra. Francisca era muito simpática e gentil. Eu podia perceber claramente que ela estava se esforçando para fazer o melhor, em sua condição de terráquea humana. Então chegou a hora do almoço e a família do Sr. Geraldo estava toda reunida na ampla cozinha, ao redor de uma mesa espaçosa e bem decorada. Sob o fogão havia uma enorme panela com um material de cor vermelho amarronzada que a Sra. Francisca revolvia com satisfação. Os filhos e netos chegavam perto do fogão e aspiravam o aroma que se desprendia daquele material, o que lhes parecia muito agradável.

Qual não foi minha surpresa ao descobrir que aquela panela estava cheia de pedaços de cadáver, acrescidos de molhos e temperos que a dona Francisca continuava revolvendo com satisfação. Mas o que ela pretendia com aquele conteúdo? Por que trazer partes de corpos de animais mortos para a cozinha na hora da refeição? Seria esse um costume de todos os humanos terráqueos? Qual a utilidade dessa prática?

Mas a maior surpresa ainda estava por vir, quando constatei que todos ali, até as crianças, colocaram aqueles pedaços de cadáveres em seus pratos, levaram-nos à boca com um instrumento que eles chamam de garfo e começaram a degustá-los, sorrindo e se deleitando com seu sabor.

Outra coisa quem me chamou muito a atenção foram as ferramentas e equipamentos que os humanos utilizam, bem como seus meios de transportes. São tão excêntricos e esquisitos, que não sei nem a que posso compará-los, pois nunca vi nada igual. Tudo o que sei é que eles são muito ineficientes e rudimentares.

Os humanos gastam demais, poluem demais e produzem cada vez menos benefícios e mais depredação. As formas de energia que eles utilizam me deixam perplexo. Como é que eles têm um astro tão maravilhoso como o Sol, que produz uma quantidade de energia imensa e que está disponível a todos gratuitamente, mas que é minimamente aproveitada? Eles desprezam a energia do Sol e em seu lugar optam por derivados do petróleo, algo que representa a morte, a tragédia, a degradação, ou buscam produzir energia por seus próprios méritos e esforços, construindo hidrelétricas, termelétricas, produzindo álcool, baterias eletrônicas...

Por que os terráqueos humanos são assim? Por que eles se comportam de modo tão diferente de todos os outros gestores planetários que eu já conheci? Afinal, o que aconteceu com o Planeta Terra?


Bem, vou finalizando esse relato por aqui. Teria muito mais a dizer e muitas outras páginas poderiam ser escritas, mas penso que já relatei o necessário.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Uma Pergunta Preocupante


Ela tinha o cabelo longo, dobrado e fixo com uma presilha bem no meio da cabeça. Estava um pouco acima do peso e usava uma roupa muito apertada que parecia estar lhe causando certo incômodo. Ele, aparentando ter dois anos a menos que ela, tinha um topete com fios espetados em todas as direções. Quando sorria, podíamos ver sua linda “janelinha”. O que mais me chamou a atenção naquelas crianças, porém, foi o modo como se comportavam.

Extremamente agitadas, cada uma tinha um smartphone na mão, o qual era revezado a intervalos de tempo curtíssimos.

Durante o período em que estive assentada atrás delas, que se faziam acompanhar pelos pais, naquele recinto, pude perceber que elas acessavam diversos jogos pelo celular. A rapidez com que mudavam de um jogo para o outro e revezavam entre si os smartphones, muito me impressionou, como também a velocidade com a qual tocavam a tela dos aparelhos.

Tentei acompanhar com o olhar um dos jogos, só para sentir um tremendo mal estar em minha  cabeça. O cenário e os objetos ali dispostos se moviam tão intensamente, e tudo associado a uma combinação de cores eletrizantes, que cheguei a pensar que meus circuitos neuronais da visão iriam entrar em parafuso. “Como é que elas conseguem brincar com isso?”, pensei.

Então lembrei-me de um colega de meus primeiros tempos de escola.

Naquela época cursávamos, o que seria hoje, o primeiro ano do ensino fundamental e aquele garoto muito se destacava, dentre todos os alunos, por seu comportamento incomparavelmente agitado e inquieto. As pobres professoras ficavam com os nervos a flor da pele de ter de lidar com um menino tão alvoroçado.

Se pudéssemos trazer aquele meu colega do passado para os dias atuais, provavelmente ele não mais seria um destaque, e sim, passaria despercebido no meio de uma multidão de crianças inquietas, nervosas e agitadas.

Como será o futuro dessas crianças?

Por que não consigo tirar da cabeça o pensamento de que o excesso de informações e de atividades, o excesso de estímulos provenientes de brincadeiras e diversões artificiais e a falta de contato com a Natureza, em família, estão diretamente envolvidos nessa questão?

sexta-feira, 3 de abril de 2015

A Morte do REI


<<Aquelas pessoas não precisavam ter manchado suas mãos com sangue.
Ele estava destinado a morrer desde o Princípio!>>


Acabei de ouvir de um telejornal que 3,5 milhões de pessoas já assistiram às encenações da paixão de Cristo na cidade teatro de Nova Jerusalém no interior de Pernambuco.

Muitos creem que Jesus foi um mestre iluminado, que veio ensinar o caminho para uma vida feliz através do amor e das boas obras, enquanto outros afirmam que ele é o salvador do mundo, o que deixa algumas pessoas meio confusas. Afinal, ele veio salvar o mundo de que? Já para outros, ele foi apenas um homem comum que viveu há muito tempo.

Tomando como ponto de partida os relatos dos evangelhos bíblicos e as declarações do próprio Cristo que eles apresentam, eu consigo visualizar que Jesus era alguém que tinha claramente diante de si um propósito pelo qual viver e, por fim, morrer. Em seus encontros com as pessoas em particular,  pequenos grupos, ou mesmo grandes multidões, ele  não fazia outra coisa a não ser revelar os princípios do que ele chamava de “o Reino de Deus”.

Algumas das ilustrações que ele apresentava sobre esse reino incluíam compará-lo a uma pérola de grande valor, um tesouro escondido, o fermento, a semente de mostarda, o joio e o trigo (Mateus 13:24 a 45).

Para um mestre dos judeus que decidiu entrevistá-lo, certa noite, Jesus respondeu que era preciso nascer de novo para poder ver o reino de Deus (João 3:3).  Em outra ocasião afirmou que o reino de Deus está dentro de cada um (Lucas 17:20).

Ora, se há  um reino, então existe um rei, súditos, um território e uma forma de governar.

Jesus também deixou claro que havia outro reino, totalmente oposto ao seu, com um príncipe, alguém que sempre aspirou ser rei  (João 12:31 e 14:30).

Deixando de lado o preconceito, os dogmas e as tradições religiosas, aprender sobre o significado da existência de Jesus trará resultados práticos e muito positivos para a vida de todos, tanto os que se dizem cristãos como os adeptos de outras religiões ou ateus. Experimente!  


Então Pilatos lhe perguntou: “Você é o rei dos judeus? Jesus respondeu: O meu reino não é deste mundo.” João 18: 33 e 36

“Os reinos deste mundo passaram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo e ele reinará para todo o sempre.” Apocalipse 11:15

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Suspresas do Dia


Cada dia no Planeta Terra é cheio de surpresas. Umas boas, outras, nem tanto assim... e algumas que preferíamos não tê-las encontrado. Mas o que nos interessa mesmo são as boas surpresas. Elas enchem o coração com uma alegria indescritível, nos acalmam, nos animam e nos fortalecem para enfrentar os desafios que aparecem em nosso caminho ao longo do dia.

Eu havia terminado de dar uma aula (que me trouxe boas surpresas, pois com cada nova aula experimento novas emoções ao procurar mostrar para meus alunos as maravilhas do mundo natural e do corpo humano) e, ao sair daquele prédio em direção à biblioteca meus olhos repousaram sobre umas pequenas flores e pude apreciar sua beleza sem igual. Eram tão delicadas, minúsculas e incrivelmente encantadoras. Estavam ali, entre a grama, onde todo mundo passa. “Mas que riqueza”! Foi o que pensei.

Uma vez na biblioteca, procurei um lugar bem reservado e dediquei-me à árdua tarefa de concluir um texto. Leitura, reflexão, escrita e correção, além de certa impaciência pelo fato da minha área de produção textual em meu cérebro trabalhar em um ritmo mais lento do que eu gostaria, foram o suficiente para me deixar exausta, mas não por muito tempo. Lembrei-me do livro que estou lendo do Dr. Charly Cungi (Saber Relaxar na Vida e no Trabalho) e, de imediato, tratei de restaurar minhas energias relaxando através das técnicas de respiração e descontração muscular, que podem ser feitas na condição em que eu me encontrava, sentada em uma cadeira.

Que maravilha! Em alguns segundo todo aquele cansaço desaparecera!

Sentia-me revigorada, mas sabia que devia dar uma pausa e ir almoçar, pois era por volta do meio dia.

Ao abrir os olhos, percebi que uma estudante, sentada bem a minha frente, me observava, discretamente, pelo canto dos olhos, com um certo ar desconfiado.

Levantei-me, sai da biblioteca e, do lado de fora, fui recebida com música, uma mistura de sons de pássaros, cigarras e o sussurro do vento que balançava as folhas. Esse mesmo vento produziu uma sensação maravilhosa ao passar por minha pele e cabelos. Dirijo-me ao estacionamento quando ali, mais adiante, ouço alguém dizer:

¾ Professora! Que bom lhe encontrar.

Diante de mim estavam duas sorridentes alunas.

¾ Também digo o mesmo ¾ respondi. Logo em seguida perguntei: Já contemplaram essa natureza maravilhosa que nos rodeia?

¾ Sim! ¾ disseram elas ¾ Estávamos pensando no que a senhora falou. Precisamos muito de respirar, abraçar o ar, contemplar a natureza, pois estamos muito estressadas com tanta coisa para estudar, provas para fazer...

Esse encontro com as alunas me deixou mais feliz ainda.

Algumas horas depois, já no fim da tarde, fui àquele lugar, um espaço verde que é um dos meus refúgios favoritos, onde posso fazer exercícios e encontrar maravilhosos tesouros da natureza. A melhor surpresa que pude encontrar ali, naquela ocasião, ficou por conta de uma mamãe gata. Ela que conseguiu chamar a atenção de todo mundo presentetava ali naquele parque, inclusive os que faziam exercícios.

Essa mamãe se estabelecera com sua família dentro de um tronco de árvore, um lugar bem amplo e protegido para ela e seus bebês que ainda tinham os olhos fechados. Acontece que o local estava diante da área onde acontecem as aulas de ginástica ao som de uma música bem ritmada. A mamãe gata não gostou nada daquela situação e decidiu que era melhor se mudar. Pegou o primeiro filhote e partiu em direção a um quartinho onde os trabalhadores guardam suas ferramentas. Ela ia correndo, pois tinha muita pressa. Podíamos ver que também estava deveras ansiosa.

Pronto! Foi o suficiente para que todos, homens e mulheres, dos mais idosos aos mais jovens, todos pararam o que estavam fazendo e ficaram com os olhos vidrados naquela criaturinha felina correndo com um filhote na boca.

O único problema é que para entrar no local escolhido, a gata teria de pular e passar por uma pequena abertura, o que parecia impossível para ela, e também para nós. Então ela ficava ali na porta do quartinho, movendo-se de um lado para o outro, muito ansiosa, com o filhote na boca, todo mundo preocupado, até que alguém que passava por perto, ajudou-a a entrar. Logo em seguida ela retornou ao tronco da árvore, com muita pressa, para buscar outro filhote. Novamente não conseguiu entrar, ficou aflita e foi ajudada, retornando em seguida para buscar outro filhote, sempre sob o olhar apaixonado dos humanos, que sorriam e lhe dirigiam elogios:

¾ Que mãe cuidadosa!

¾ Essa é uma boa mãe, uma mãe exemplar.

Toda aquela cena me cativou, de tal maneira, que acabei esquecendo o propósito principal de minha ida àquele lugar. “Opa”! Pensei. Preciso fazer minha caminhada, pois está ficando tarde e tem alguém me esperando!

Assim terminou mais um dia. A noite chegou e com ela novas surpresas.

“Que variedade, Senhor, nas Tuas obras. Todas as coisas fizeste com sabedoria. A Terra está cheia das Tuas riquezas”. Salmo 104:24

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Um Ano Maravilhoso!


Na sala de espera de um consultório encontrei um papel com um texto, de autoria desconhecida, que me pareceu muito interessante.

O texto dizia que, certa vez, o proprietário de um sítio pediu a um amigo que redigisse um anúncio para um jornal acerca da venda de sua propriedade. O amigo, que não era ninguém menos que o grande poeta Olavo Bilac, tomou um papel e escreveu:

“Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeirão. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes na varanda.”

Algum tempo depois, o poeta encontra novamente o amigo e, ao perguntar-lhe como foi a venda do sítio, ouve como resposta:

¾ Não houve nenhuma venda. Quando li o anúncio que você escreveu foi que percebi a maravilha que eu tinha...

O texto concluía dizendo que, muitas vezes, nós vamos tão longe atrás de miragens e falsos tesouros, por não enxergarmos as coisas boas que temos conosco.

Diante disso, sou levada a perguntar: Quais são as maravilhas que nós temos, mas que estão escondidas aos nossos olhos?

Que neste ano de 2015, você e eu cultivemos a habilidade de desfrutar das incontáveis riquezas que estão ao nosso redor, abundantes e acessíveis a todos, riquezas que dinheiro nenhum pode comprar, pois são presentes do Criador para todos os habitantes do Planeta Terra.

“Que variedade, Senhor, nas Tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria. A Terra está cheia das Tuas riquezas.” Salmo 104:24