terça-feira, 18 de junho de 2013

Terapia Animal


 
A vida no planeta Terra seria muito mais difícil sem a presença deles.

Essa é uma das declarações que costumo proferir em algumas de minhas palestras.
Imediatamente após pronunciar tais palavras, fico atenta, procurando captar as diferentes expressões do público.

Alguns sorriem, comentam algo com a pessoa sentada ao lado, dando claros sinais de aprovação. Muitos parecem surpresos e com ar de interrogação, como se dissessem: Será? Enquanto outros não conseguem disfarçar o desconforto e o incômodo, só de imaginar a possibilidade de dividir seu espaço com animais.

Quando o assunto é convivência interespécies, muitas questões bombardeiam minha mente: Por que o ser humano tem tanta dificuldade em conviver com outras espécies? Por que alguns maltratam, desprezam, ignoram, falam asperamente com os animais? Por que certos humanos preferem manter distância dessas maravilhosas criaturas?
Decidida a encontrar respostas para esse turbilhão de indagações, procurei analisar o que estaria por trás desses comportamentos de repulsa, rejeição, maus tratos e indiferença para com os animais, da parte dos humanos, e, sabem o que descobri? Muitas coisas. Mas, não vou relatá-las agora. Isso será assuntopara uma próxima postagem.

Hoje gostaria de falar sobre as maravilhas da “Pet Terapia”, ou Terapia Assistida por Animal.
O uso de animais para tratamento e prevenção de diferentes distúrbios e doenças é algo impressionante e com resultados marcantes. Tanto que alguns hospitais, atualmente, estão permitindo a presença dessas criaturas nos quartos dos doentes, junto com os terapeutas humanos.

Uma das explicações para o benefício de tal modalidade terapêutica, é que a interação e o cuidado com o animal, alteram a atividade neuroendócrina do organismo, potenciando a ação de hormônios e neurotransmissores que levam a uma redução do nível de estresse, fortalecimento do sistema imunológico, melhor coordenação motora, etc.
Embora a prática ainda esteja começando a despontar no Brasil, e tenha ganhado a atenção de médicos e pesquisadores internacionais apenas nas últimas décadas, alguns dos primeiros relatos da terapia animal assistida remontam ao ano 1792, onde a mesma era praticada na Inglaterra. Em 1919, cães eram usados no tratamento de pacientes psiquiátricos, nos Estados Unidos 1.

Chamou-me a atenção o relato de um garoto autista, que chegou para sua sessão de atendimento, na Apae-PB, muito agitado e agressivo. Foi então que o terapeuta Marley entrou em ação, e só precisou de 5 minutos, para acalmar o garoto. Marley é um cão golden retrivier, que com suas habilidades caninas conseguiu, em pouco tempo, algo que os humanos não conseguiriam 2.
Além do uso dos pets em programas de tratamento para depressão, autismo, distúrbios motores, cardiopatias, entre outros, a convivência com animais aumenta a qualidade de vida, também, de pessoas saudáveis.

Não posso deixar de mencionar, como nossa vida mudou para melhor, depois que uma gatinha gestante, chamada Princesa, passou a conviver conosco. As lições que ela nos deixou e seus encantadores filhotes que nos acompanham até hoje, representam um marco positivo para nossa saúde.
E então, o que você está esperando? Leia, compartilhe, desfrute dessa maravilha!

E se você é do tipo que diz “Gosto de animais, mas prefiro que eles fiquem no zoológico”, que tal começar a avaliar, hoje, a possibilidade de uma reformulação desse conceito?


Ah! A charmosa da foto é Charlotte. Abandonada na rua, mas, felizmente, encontrada e adotada pela família de minha amiga Kirtz Moura.

 
Referências:
1. VELDE, B. P.; CIPRIANI, J.; FISHER, G. Resident and therapist views of animal-assisted therapy: Implications for occupational therapy practice. Australian Occupational Therapy Journal (2005) 52, 43–50.

2. CARVALHO, A. Uma Terapia Animal. Correio da Paraíba. Domingo, 16 jun 2013. Cidades B2.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Semana do Meio Ambiente


Não poderia iniciar essa postagem sem, primeiro, pedir desculpas a meus assíduos leitores pelo lapso de conteúdo da semana anterior.  Meu envolvimento com atividades da Semana do Meio Ambiente acabou tomando o tempo que dispunha para escrever e postar nesse blog.

Bem, desculpas aceitas, assim suponho, vamos ao tema de hoje.

Foi com grata satisfação que recebi o convite do professor Sandro Eloi para ministrar uma palestra na  Escola Estadual Amaury de Medeiros. A instituição estava promovendo o I Seminário “Meio Ambiente – A Mudança Começa em Nós”.

Minha chegada à escola foi em meio ao temporal que castigou a cidade de Recife na última terça-feira, 04 de junho de 2013.

Procurei um local para estacionar. “Pronto, aqui está bem”, pensei. “Atravesso a rua, dobro a esquina e já estou lá”. O único problema era a copiosa chuva que caía e a caudalosa correnteza que se formava abaixo do meio fio e estendia-se em direção ao centro da rua.

“E agora, como vou sair daqui”?

Olhando ao redor, percebi que havia trazido um guarda-chuva, por sinal, daqueles pequenos. “Isso aqui só vai impedir que eu fique ensopada, mas vou me molhar bastante”. Dei-me conta que sou uma cidadã bem despreparada para enfrentar o período das fortes chuvas, muito comuns nessa época do ano, e que se intensificam no mês de julho, aqui na região. Não tinha ali comigo, e nem em casa, capa impermeável, galocha, um bom guarda-chuva grande...

Ah!, como senti falta desses itens naquele momento!

Enquanto estava ali, dentro do carro, podia escutar a forte canção da chuva que caía sob o teto do automóvel e das edificações próximas, as calçadas e a rua. Podia ver a coreografia desenvolvida pela massa de água em movimento.  Mas, era preciso de sair da zona de conforto e cumprir minha missão.

Auditório repleto de estudantes do ensino médio e professores empolgados com o tema da educação ambiental,  foi o que visualizei, em primeiro plano, ao adentrar o recinto. O tema do dia era: Nosso Planeta, Nossa Casa e, com muita satisfação, apresentei minha palestra, que contou com o envolvimento dos alunos. Conceitos acerca do que é sustentabilidade, e do que não é, relações entre seres vivos, inclusive o homem, e os recursos naturais, ações a serem desenvolvidas no dia a dia, foram alguns dos tópicos por mim abordados.

Em seguida, houve a apresentação do trabalho da artesã Valéria Felix, que  confecciona incríveis obras de arte com sucata; teve também o rap ecológico, composto e apresentado por um grupo empolgado de alunos.

Uma das coisas que mais chamaram minha atenção foi o interesse daquela turma na questão da sustentabilidade, uma vez que a participação no seminário era optativa. O empenho dos professores e da direção também foi notório. Por fim, foi apresentado um grupo, formado por alunos e professores cujo objetivo é desenvolver atividades de educação ambiental. Aquele I seminário foi fruto do trabalho deles, e pude perceber que as ideias já começavam a brotar para o II seminário, em 2014.

Magnífica iniciativa! Quão bom seria que toda escola, empresa, ou qualquer outra instituição seguisse tal exemplo!