Cada dia no Planeta Terra é cheio de surpresas. Umas boas,
outras, nem tanto assim... e algumas que preferíamos não tê-las encontrado. Mas
o que nos interessa mesmo são as boas surpresas. Elas enchem o coração com uma
alegria indescritível, nos acalmam, nos animam e nos fortalecem para enfrentar
os desafios que aparecem em nosso caminho ao longo do dia.
Eu havia terminado de dar uma aula (que me trouxe boas
surpresas, pois com cada nova aula experimento novas emoções ao procurar
mostrar para meus alunos as maravilhas do mundo natural e do corpo humano) e,
ao sair daquele prédio em direção à biblioteca meus olhos repousaram sobre umas
pequenas flores e pude apreciar sua beleza sem igual. Eram tão delicadas, minúsculas
e incrivelmente encantadoras. Estavam ali, entre a grama, onde todo mundo
passa. “Mas que riqueza”! Foi o que pensei.
Uma vez na biblioteca, procurei um lugar bem reservado e
dediquei-me à árdua tarefa de concluir um texto. Leitura, reflexão, escrita e
correção, além de certa impaciência pelo fato da minha área de produção textual
em meu cérebro trabalhar em um ritmo mais lento do que eu gostaria, foram o
suficiente para me deixar exausta, mas não por muito tempo. Lembrei-me do livro
que estou lendo do Dr. Charly Cungi (Saber Relaxar na Vida e no Trabalho) e, de
imediato, tratei de restaurar minhas energias relaxando através das técnicas de
respiração e descontração muscular, que podem ser feitas na condição em que eu me
encontrava, sentada em uma cadeira.
Que maravilha! Em alguns segundo todo aquele cansaço
desaparecera!
Sentia-me revigorada, mas sabia que devia dar uma pausa e ir
almoçar, pois era por volta do meio dia.
Ao abrir os olhos, percebi que uma estudante, sentada bem a
minha frente, me observava, discretamente, pelo canto dos olhos, com um certo
ar desconfiado.
Levantei-me, sai da biblioteca e, do lado de fora, fui recebida
com música, uma mistura de sons de pássaros, cigarras e o sussurro do vento que
balançava as folhas. Esse mesmo vento produziu uma sensação maravilhosa ao
passar por minha pele e cabelos. Dirijo-me ao estacionamento quando ali, mais
adiante, ouço alguém dizer:
¾ Professora!
Que bom lhe encontrar.
Diante de mim estavam duas sorridentes alunas.
¾ Também
digo o mesmo ¾
respondi. Logo em seguida perguntei: Já contemplaram essa natureza maravilhosa
que nos rodeia?
¾ Sim!
¾ disseram elas ¾ Estávamos pensando no que
a senhora falou. Precisamos muito de respirar, abraçar o ar, contemplar a
natureza, pois estamos muito estressadas com tanta coisa para estudar, provas
para fazer...
Esse encontro com as alunas me deixou mais feliz ainda.
Algumas horas depois, já no fim da tarde, fui àquele lugar, um
espaço verde que é um dos meus refúgios favoritos, onde posso fazer exercícios
e encontrar maravilhosos tesouros da natureza. A melhor surpresa que pude
encontrar ali, naquela ocasião, ficou por conta de uma mamãe gata. Ela que
conseguiu chamar a atenção de todo mundo presentetava ali naquele parque,
inclusive os que faziam exercícios.
Essa mamãe se estabelecera com sua família dentro de um
tronco de árvore, um lugar bem amplo e protegido para ela e seus bebês que
ainda tinham os olhos fechados. Acontece que o local estava diante da área onde
acontecem as aulas de ginástica ao som de uma música bem ritmada. A mamãe gata
não gostou nada daquela situação e decidiu que era melhor se mudar. Pegou o
primeiro filhote e partiu em direção a um quartinho onde os trabalhadores guardam
suas ferramentas. Ela ia correndo, pois tinha muita pressa. Podíamos ver que
também estava deveras ansiosa.
Pronto! Foi o suficiente para que todos, homens e mulheres,
dos mais idosos aos mais jovens, todos pararam o que estavam fazendo e ficaram com
os olhos vidrados naquela criaturinha felina correndo com um filhote na boca.
O único problema é que para entrar no local escolhido, a
gata teria de pular e passar por uma pequena abertura, o que parecia impossível
para ela, e também para nós. Então ela ficava ali na porta do quartinho,
movendo-se de um lado para o outro, muito ansiosa, com o filhote na boca, todo
mundo preocupado, até que alguém que passava por perto, ajudou-a a entrar. Logo
em seguida ela retornou ao tronco da árvore, com muita pressa, para buscar
outro filhote. Novamente não conseguiu entrar, ficou aflita e foi ajudada,
retornando em seguida para buscar outro filhote, sempre sob o olhar apaixonado
dos humanos, que sorriam e lhe dirigiam elogios:
¾ Que
mãe cuidadosa!
¾ Essa
é uma boa mãe, uma mãe exemplar.
Toda aquela cena me cativou, de tal maneira, que acabei
esquecendo o propósito principal de minha ida àquele lugar. “Opa”! Pensei. Preciso
fazer minha caminhada, pois está ficando tarde e tem alguém me esperando!
Assim terminou mais um dia. A noite chegou e com ela novas
surpresas.
“Que variedade, Senhor, nas Tuas obras. Todas as coisas
fizeste com sabedoria. A Terra está cheia das Tuas riquezas”. Salmo 104:24
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