A vida no planeta Terra seria
muito mais difícil sem a presença deles.
Essa é uma das declarações que
costumo proferir em algumas de minhas palestras.
Imediatamente após pronunciar
tais palavras, fico atenta, procurando captar as diferentes expressões do
público.Alguns sorriem, comentam algo com a pessoa sentada ao lado, dando claros sinais de aprovação. Muitos parecem surpresos e com ar de interrogação, como se dissessem: Será? Enquanto outros não conseguem disfarçar o desconforto e o incômodo, só de imaginar a possibilidade de dividir seu espaço com animais.
Quando o assunto é convivência
interespécies, muitas questões bombardeiam minha mente: Por que o ser humano
tem tanta dificuldade em conviver com outras espécies? Por que alguns maltratam,
desprezam, ignoram, falam asperamente com os animais? Por que certos humanos
preferem manter distância dessas maravilhosas criaturas?
Decidida a encontrar respostas
para esse turbilhão de indagações, procurei analisar o que estaria por trás
desses comportamentos de repulsa, rejeição, maus tratos e indiferença para com
os animais, da parte dos humanos, e, sabem o que descobri? Muitas coisas. Mas,
não vou relatá-las agora. Isso será assuntopara uma próxima postagem.
Hoje gostaria de falar sobre as
maravilhas da “Pet Terapia”, ou Terapia Assistida por Animal.
O uso de animais para tratamento
e prevenção de diferentes distúrbios e doenças é algo impressionante e com
resultados marcantes. Tanto que alguns hospitais, atualmente, estão permitindo
a presença dessas criaturas nos quartos dos doentes, junto com os terapeutas
humanos.
Uma das explicações para o
benefício de tal modalidade terapêutica, é que a interação e o cuidado com o
animal, alteram a atividade neuroendócrina do organismo, potenciando a ação de
hormônios e neurotransmissores que levam a uma redução do nível de estresse,
fortalecimento do sistema imunológico, melhor coordenação motora, etc.
Embora a prática ainda esteja
começando a despontar no Brasil, e tenha ganhado a atenção de médicos e pesquisadores
internacionais apenas nas últimas décadas, alguns dos primeiros relatos da
terapia animal assistida remontam ao ano 1792, onde a mesma era praticada na
Inglaterra. Em 1919, cães eram usados no tratamento de pacientes psiquiátricos,
nos Estados Unidos 1.
Chamou-me a atenção o relato de
um garoto autista, que chegou para sua sessão de atendimento, na Apae-PB, muito
agitado e agressivo. Foi então que o terapeuta Marley entrou em ação, e só
precisou de 5 minutos, para acalmar o garoto. Marley é um cão golden retrivier, que com suas
habilidades caninas conseguiu, em pouco tempo, algo que os humanos não
conseguiriam 2.
Além do uso dos pets em programas de tratamento para
depressão, autismo, distúrbios motores, cardiopatias, entre outros, a
convivência com animais aumenta a qualidade de vida, também, de pessoas
saudáveis.
Não posso deixar de mencionar,
como nossa vida mudou para melhor, depois que uma gatinha gestante, chamada
Princesa, passou a conviver conosco. As lições que ela nos deixou e seus
encantadores filhotes que nos acompanham até hoje, representam um marco
positivo para nossa saúde.
E então, o que você está
esperando? Leia, compartilhe, desfrute dessa maravilha!
E se você é do tipo que diz
“Gosto de animais, mas prefiro que eles fiquem no zoológico”, que tal começar a
avaliar, hoje, a possibilidade de uma reformulação desse conceito?
Ah! A charmosa da foto é Charlotte. Abandonada na rua, mas, felizmente, encontrada e adotada pela família de minha amiga Kirtz Moura.
Referências:
1. VELDE, B. P.; CIPRIANI, J.;
FISHER, G. Resident and therapist views of
animal-assisted therapy: Implications for occupational therapy practice. Australian Occupational
Therapy Journal (2005) 52, 43–50.
2.
CARVALHO, A. Uma Terapia Animal. Correio
da Paraíba. Domingo, 16 jun 2013. Cidades B2.
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