Da janela de meu quarto eu olho para o mundo exterior e vejo tanta coisa: casas e mais casas empilhadas lado a lado; cabos condutores que, suspensos no ar, descrevem trajetórias diferenciadas; antenas; postes de luz; automóveis...
Quando olho para a lagartixa, eu vejo que ela está sempre de cabeça erguida. Não importa o que aconteça se perseguida, odiada, temida ou, simplesmente, desvalorizada e ignorada, ela sempre mantém sua cabeça de pé.
Mesmo sendo um reptil, pode atingir grandes alturas e lugares importantes, como diz o livro de Provérbios: “No mundo há quatro animais que são pequenos, mas muito espertos: ... as lagartixas, que qualquer um pode pegar com a mão, mas podem ser encontradas até nos palácios.” Prov. 30:24, 28.
E assim, pouco a pouco, rastejando, sem pressa, a lagartixa chega ao topo da mais alta torre ou do mais alto edifício construído pelo homem. Nesse momento, alguém olha para ela e diz:
–
Não! – responde a lagartixa.
–
Então alguém lhe trouxe?
–
Também não. Eu vim com minhas próprias patas.
–
Você veio rastejando?
–
Mas é claro! É assim que me locomovo.
–
Muito bem. Subiu, chegou às alturas, mas... olhe só para você... Veio
rastejando.
–
É isso mesmo lagartixa! Você nunca poderá chegar às alturas voando,
magnificamente, como as aves.
–
E jamais conseguirá saltar, triunfalmente, como o gafanhoto.
–
VOCÊ É UM REPTIL. Mesmo que suba às alturas, sempre estará rastejando.
A
lagartixa ouviu tudo aquilo, mas não entrou em controvérsia com seus oponentes.
Parou um pouco, respirou fundo e seguiu adiante, sem abaixar a cabeça. Ia
rastejando. Seu corpo, em contato direto com a superfície. E sua cabeça? Ora,
por que pergunta, se já sabe a resposta?
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