Enquanto esperava, minha atenção
foi atraída para o movimento das pessoas que desfilavam apressadas pelos
corredores, circulavam pela frente dos caixas ou, simplesmente, permaneciam de
pé em outras filas ao meu redor.
Ao observá-las, todas tão
diferentes umas das outras, fiquei pensando na variedade de tipos do corpo
humano e exclamei para mim mesma: Como nossa espécie exibe uma diversidade
surpreendente e, por que não dizer, maravilhosa?
Há variedade nos formatos, nas
proporções entre as partes, nas dimensões de largura, altura e profundidade, na
coloração do revestimento externo (em parte determinada pela produção de
melanina, em parte pela exposição à radiação solar), no comprimento, textura,
formato e coloração dos fios que recobrem o couro cabeludo...
Mas a variedade não existe apenas
no que se vê por fora, como também no interior. Os estudantes de anatomia que o
digam, como eles sofrem para entender a diversidade de arranjos de vasos
sanguíneos e nervos. Quem pensa que por dentro somos todos iguais, está muito
enganado.
Ah! Imensa, magnífica, incrível e
bela variedade!
Que pena que tão poucos humanos
conseguem enxergar a beleza dessa diversidade!
Ofuscados pelo brilho das imagens
dos artistas do cinema e da TV, bombardeados pelos apelos comerciais das
empresas de cosméticos, presos aos padrões ditados pela sociedade e proclamados
incessantemente pelos meios de comunicação, muitos indivíduos de nossa espécie
seguem infelizes, principalmente quando têm um encontro com o espelho.
Infelizes, apesar de serem
possuidores de uma das grandes maravilhas da natureza: o corpo humano.
Ah! Que arranjo magistral,
organizado em células, tecidos, órgãos e sistemas diversificados! Será que,
algum dia, a sociedade humana vai associar o conceito de belo com a variedade?
Há algum tempo li uma definição
de feiura que me pareceu bem interessante: “Feio é o esforço para ficar igual
ao que se convencionou chamar de bonito1...”
Que tal começarmos a mudar o
grande paradigma da beleza? Que tal se, pelo menos, começássemos a refletir
sobre isto?
Referência
1.BOTELHO, Carol. Incomum e Belo. Jornal do Commercio.
Arrecifes. Ano 3. n. 99. Recife, 03 mar 2013. p. 10.
Refletindo...
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